Tantas medalhas e troféus parecem contradizer a idade e o tempo curto de competição, em corridas de orientação, dos atletas Gabriel Bandeira Viana e Jean Carlos Corrêa Lopes, ambos de 17 anos, e de João Leon Ferreira, de 15 anos.
Em dez meses, eles já acumularam 22 medalhas e 3 troféus. Os três são alunos de corrida de orientação do Colégio Estadual Barão de Mauá, polo da UFRJ em Xerém, em Duque de Caxias, e estão entre os primeiros colocados do campeonato estadual da modalidade no ano passado.
O campeão do estadual de 2011, Gabriel Bandeira Viana, é também campeão do circuito Elite Carioca, em corrida de orientação, além de campeão da 1ª etapa do campeonato brasileiro de 2012, em Guaraniaçu, no Paraná, que aconteceu de 29 de março a 1 de abril.
Agora, em julho, ele vai participar do mundial, na Eslováquia, na categoria juniores: será o primeiro representante do Brasil nessa categoria.
O atleta está desde junho do ano passado nas competições e, até agora, sofreu apenas uma derrota, no campeonato brasileiro estudantil universitário de corrida de orientação, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, quando obteve a 3ª colocação.
Mais do que vencer, Gabriel quer divulgar a corrida de orientação.
— Trata-se de um esporte ainda pouco conhecido e a gente ainda precisa muito de ajuda financeira — lamenta Gabriel, que, apesar dos títulos, ainda não tem patrocínio.
Esporte desenvolve matérias da escola
O campeão Gabriel Bandeira, o vice-campeão Jean Lopes e o novato João Ferreira: juntos, eles já acumularam em provas três troféus e 22 medalhas.
O professor e treinador Sergio Basílio é rigoroso com os alunos. No dia a dia, cobra dedicação e boas notas
Durante a corrida de orientação, que é uma atividade individual, o participante percorre campos desconhecidos — normalmente trilhas — e se orienta através de uma bússola e de um mapa. O objetivo é passar pelos pontos de controle, o mais rapidamente possível. Usa-se sempre um anel eletrônico, conhecido como SI Card, e o introduz em um equipamento no posto de controle, para que seja comprovada a passagem do competidor.
Para o treinador Sergio Basílio, o esporte afasta os jovens das drogas e do crime, além de ensinar noções de cidadania, responsabilidade com o planeta e preservação do meio ambiente.
— Para participar, o atleta tem que ter boas notas. Costumo dizer que a corrida de orientação é esporte para estudante. É preciso saber matemática, para calcular a equidistância de um ponto a outro, utilizando a escala dos mapas e geografia, do contrário ele se perde — destaca o treinador.
O trabalho do professor Sergio Basílio tem o apoio da UFRJ e da Federação de Orientação do Rio de Janeiro (FORJ).
De acordo com o presidente da Federação de Orientação, Dirceu Nonato dos Santos, os meninos de Duque de Caxias tem um grande potencial:
— A região favorece o esporte. Torço para que tenha cada vez mais adeptos, porque a corrida melhora o nível intelectual. Nos mundiais, os atletas brasileiros já conseguem ficar entre os 30 melhores.