Entrevista com brasileiros que participaram de competições em Portugal no mês passado e que foi publicada no Blog Orientovar, do Joaquim Margarido.
Atletas brasileiros competem em Portugal
"Esta estadia vai ser muito útil"
O Portugal O' Meeting e o XIII Meeting de Orientação do Centro chamaram a Portugal quase duas dezenas de atletas brasileiros. Oportunidade soberana para treinar, competir e... conviver. Foi num ambiente de sã e fraterna camaradagem que o Orientovar falou com Leandro Pasturiza, Fábio Kuczkoski e Juliano Pasturiza. Uma breve conversa feita de partilha de experiências, projetos de futuro e esse desejo enorme de voltar a Portugal.
Orientovar – Como foi competir em Portugal?
Leandro Pasturiza – Esta participação representou um excelente início de ano para todos nós, que viemos aqui com o objetivo de buscar conhecimento e adquirir uma melhor condição técnica. As competições no Brasil terão lugar a partir de Março e vamos voltar com uma bagagem já muito boa e fazer um bom início de temporada.
Fábio Kuczkoski – Senti-me muito bem, tudo correu às mil maravilhas. Foi a primeira vez que competi na Europa e estou muito contente. Esta estadia vai ser muito útil lá no Brasil, nas competições que se avizinham.
Juliano Pasturiza – Também foi a primeira vez que competi em Portugal e a impressão é excelente. Os mapas e os traçados de percursos são muito bons e isso vai trazer um maior enriquecimento e concerteza começaremos a época com um nível de preparação já muito elevado.
“Portugal está de parabéns”
Orientovar – Daquilo que vos foi dado a ver, o que levaram daqui e que pode constituir uma mais-valia para as organizações no Brasil?
Fábio Kuczkoski – Aquilo que mais me impressionou foram os mapas. Todo o detalhe, tudo no sítio, direitinho é algo que não acontece ainda no Brasil, embora para lá se caminhe. Então, é muito bom vir aqui adquirir conhecimentos e levá-los para lá.
Leandro Pasturiza – O ideal seria que todos os organizadores brasileiros pudessem presenciar o que aqui se passou e ver o nível daquilo que se faz em Portugal. Haveria certamente muito conhecimento adquirido que poderia ser posto em prática no Brasil.
Juliano Pasturiza – As organizações estiveram muito bem. A logística, os horários... até o clima, muito favorável. Mas no seu tudo as coisas foram excelentes e Portugal está de parabéns.
“Seria um sonho”
Orientovar - O Brasil tem tido alguma projeção nos Mundiais Militares - e eu recordo a medalha de bronze da Estafeta Feminina nos recentes Jogos do Rio de Janeiro –, mas não é frequente vermos os grandes atletas brasileiros num WOC, por exemplo. Há ainda um fosso muito grande entre o civil e o militar ao nível da orientação no Brasil?
Leandro Pasturiza – Na verdade, a seleção brasileira civil, se assim lhe podemos chamar, não existe. Excepto em 2010, na verdade com a Seleção Militar, nós nunca participamos. O grande problema é que, a Confederação Brasileira de Orientação, como é nova, não tem muitos apoios. Atletas com potencial há no Brasil, não há é condições económicas de reunir uma equipa e levar por diante um trabalho desta envergadura com vista à participação nuns Campeonatos do Mundo, por exemplo. Seria um sonho podermos trazer à Europa uma equipa completa, mas é algo que se afigura impossível neste momento.
Orientovar – Mas a vossa estadia aqui tem custos, que são suportados por quem?
Fábio Kuczkoski – Há algum apoio do Clube, mas a grande fatia da despesa é nossa.
Leandro Pasturiza – De férias e com as economias de um ano.
Juliano Pasturiza – Também eu estou aqui de férias, mas vale realmente a pena o esforço financeiro que esta vinda à Europa representa.
“Estarei sempre presente”
Orientovar – Está previsto o regresso a Portugal?
Juliano Pasturiza – A primeira impressão que tive é muito boa e concerteza que nos próximos anos, se tudo der certo, cá estarei.
Fábio Kuczkoski – Espero voltar no próximo ano. Gostei muito.
Leandro Pasturiza – Prometi a mim mesmo no ano passado que, enquanto puder e tiver condições financeiras, estarei sempre presente nesta altura do Portugal O' Meeting.